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Desculpas
Texto base:
Lucas (14:15-24).
Quando Jesus
mencionou a “ ressurreição dos justos”, um dos convidados empolgou-se e exclamou:
“Bem aventurado aquele que comer pão no rei de Deus!”. O povo judeu imaginava o
reino vindouro como um grande banquete, tendo Abraão, Isaque, Jacó e os
profetas como convidados de honra (Lc 13:28; ver Is 25:6). Esse convidado anônimo
estava certo de que, um dia, estaria presente no “banquete do reino” com eles!
Jesus respondeu contando-lhe uma parábola que revelou as tristes consequências dessa
falsa segurança.
No tempo de
Jesus, quando alguém era convidado para jantar, avisava-se o dia, porém não a
hora exata da refeição. O anfitrião precisava saber quantos convidados
compareceriam, a fim de abater o número certo de animais e de preparar comida
suficiente. Pouco antes de o banquete começar, o anfitrião enviava os servos à
casa de cada um dos convidados para avisar que estava tudo pronto e que a hora
de ir (ver Et 5:8; 6:14). Em outras palavras, cada um dos convidados dessa parábola
já havia confirmado sua presença no banquete. O anfitrião esperava que
comparecessem.
Porém, em vez
de se apressarem para festa, todos os convidados insultaram o anfitrião recusando-se
a comparecer e apresentando desculpas esfarrapadas para sua mudança de planos.
Continue lendo clicando em mais informações abaixo.
O primeiro convidado desculpou-se dizendo que precisava ver (algo) um pedaço de terra
que havia comprado. No Oriente, a compra de uma propriedade era, com frequência,
um processo longo e complicado, de modo que aquele homem provavelmente teve
varias oportunidades de avaliar o terreno que estava comprando. Qualquer um que
compra uma propriedade sem nunca tê-la visto está, sem dúvida alguma, correndo um
grande risco. Uma vez que a maioria dos banquetes era realizada à noite, o
homem teria poucos momentos de claridade, insuficientes até para uma vistoria
superficial.
O segundo homem havia comprado dez bois e
estava ansioso para experimenta-los (alguma coisa). Mais uma vez quem
compraria tantos animais sem sequer avalia-los antes? Não são muitos os consumidores
em nosso mundo moderno que iriam adquirir um carro usado sem fazer um teste
drive. Além disso, como esse homem pretendia experimentar esses bois no final
da tarde? Sua declaração “vou experimenta-los!” dá a entender que estava a
caminho de seu sítio quando o servo veio dar o último aviso para o jantar.
O terceiro convidado não tinha qualquer desculpa. Uma vez que envolviam preparativos
elaborados, os casamentos judaicos não
eram um compromisso de ultima hora, de
modo que esse homem sabia há muito tempo que se casaria. Assim sendo, deveria
ter recusado logo de imediato o convite para o banquete. Tendo em vista que
apenas os homens eram convidados para tais ocasiões, o anfitrião não esperava
mesmo que a esposa desse sujeito comparecesse. Um homem recém-casado recebia
uma licença militar (Dt 25:5), mas não era liberado de compromissos sociais.
Claro que
todas essas explicações eram apenas desculpas. Creio que foi Billy Sunday quem
definiu uma desculpa como “um invólucro de motivos recheado de mentiras”. Quem
sabe inventar desculpas normalmente não sabe fazer muitas coisas mais. Esses três
convidados, na verdade, esperavam receber outro convite, mas no final das
contas isso não aconteceu.
Uma vez que
havia preparado um banquete para muitos convidados, o anfitrião não desejava
desperdiçar toda aquela comida. Assim, mandou o servo reunir outro grupo e
leva-lo ao salão de banquetes. Que tipo de gente ficaria nas ruas e becos da
cidade ou por caminhos e atalhos? Os párias da sociedade: os vagabundos, os
sem-teto, os indesejáveis, o tipo de pessoa que Jesus veio salvar (Lc 15:1,2;
19:10). Talvez houvesse até gentios no meio dessa gente!
O único
motivo que poderiam ter para não aceitar o convite era o fato de não estarem
preparados para um jantar tão sofisticado. Portanto, o servo convenceu-os a
comparecer (ver Cor 5:20). Ninguém tinha desculpas. Os pobres não tinham como
ir comprar bois, os cegos não tinham condições de examinar uma propriedade; e
os miseráveis, coxos e cegos dificilmente se casava. Seria um grupo de solitários
e famintos felizes por “filar uma bóia”.
O anfitrião
não só chamou outros para tomar o lugar dos convidados como também fechou as
portas para que os primeiros convidados não pudessem entrar, caso mudassem de
ideia (ver Lc 13:22-30). A verdade é que o anfitrião estava irado. Dificilmente
imaginamos Deus expressando sua ira justa contra os que rejeitam seus convites amáveis,
mas versículos como Isaías 55:6 e Provérbios 1:24-33 advertem com severidade a
não tratar com descaso os convites de Deus.
Essa parábola
tem uma mensagem especial para os judeus presunçosos, tão certos de que “[comeriam]
pão no reino de Deus”. Em poucos anos, o evangelho seria rejeitado pelos
líderes religiosos oficiais, e a mensagem de boas novas seria levada aos
samaritanos (At 8) e aos gentios (At 10; 13ss).
Porém, a
mensagem dessa parábola se aplica a todos os pecadores hoje. Deus ainda diz: “Vinde,
por que tudo já esta preparado”. Não é mais preciso fazer coisa alguma para ter
a alma salva, pois Jesus Cristo consumou a obra de redenção quando morreu na
cruz e ressuscitou. O banquete está na mesa, o convite é gratuito, somos todos
convidados.
Hoje em dia,
é cometido o mesmo erro que o dos convidados da parábola: protelar para atender
ao convite, contentando-se com menos. Claro que não há nada errado em ter uma
propriedade, em examinar algo que compramos ou em passar tempo com a esposa.
Mas se essas coisas servem de empecilho para participarmos de coisas melhores, então
se tornam coisas ruins. Aos olhos de seus amigos, as pessoas que inventaram
desculpas eram bem sucedidas, mas aos olhos de Jesus Cristo, eram fracassadas.
A vida Cristã
não é um funeral. Mas sim um banquete, e estamos todos convidados. Cada um deve
sair pelo mundo a proclamar a mensagem: “Vinde, porque tudo já esta preparado!”
Deus quer ver sua casa cheia, e “ainda há lugar”. Ele deseja que vamos para
casa (Mc 5:19), que passemos por ruas e becos (Lc 14:21), por caminhos e
atalhos (Lc 14:23) e por todo mundo (Mc 16:15) com o evangelho de Jesus Cristo.
Foi sobre
essa parábola que D.L. Moody escreveu seu último sermão, chamado “Desculpas”.
Ele o pregou no dia 23 de novembro de 1899, em Kansas City, quando já estava
bastante enfermo. “Preciso alcançar almas em Kansas City”, disse aos alunos de
sua escola em Chicago. “Nunca senti um desejo tão ardente de levar homens e
mulheres a Cristo como agora!”. Com coração disparado e apoiando-se em um órgão
para não cair, Moody pregou o evangelho com grande coragem, e cerca de
cinquenta pessoas entregaram a vida a Jesus naquela ocasião. No dia seguinte,
Moody voltou para casa, aonde veio há falecer um mês depois, Até o último
instante, Moody estava “compelindo as pessoas a entrar”.
Warren W.
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