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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Devo sempre usar "Senhor" antes do nome "Jesus"?

Por que na maioria das vezes eu digo "Jesus" e não "Senhor Jesus".

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A forma de tratá-lo em uma narrativa não diminui o fato de ele ser Senhor e de eu reconhecê-lo como tal. É importante entender que, para o cristão, Jesus não é o Rei, como é para Israel, portanto não estaria correto eu dizer "Rei Jesus" ao falar dele. Ele também não é o Pai, portanto não devo dizer "Pai Jesus". Nem preciso falar que é fora de propósito chamá-lo de "Amigão", "Grande Irmão" ou coisas do tipo. Para o cristão Jesus é o Senhor, e por isso está correto acrescentar "Senhor" antes do nome "Jesus". Mas isto não quer dizer que se você não o fizer estará cometendo um erro ou agindo com falta de respeito.


Quando criança eu sempre chamei meu pai e minha mãe de "você", porque foi assim que eles me ensinaram, e nunca faltei com o respeito. A rigor, "você" vem de uma forma arcaica e respeitosa de nosso idioma, o antigo "vós mercê". Mas muitos de meus amigos de infância chamavam os pais apenas de "senhor" e "senhora", inclusive um de minha rua que tomava o cuidado de dizer "senhora" quando se dirigia à sua mãe para xingá-la com os piores palavrões: "A senhora é isso e aquilo...!". Ou seja, há costumes que não revelam necessariamente a intenção do coração.

Quando o assunto é a forma de tratamento das Pessoas da Trindade, isso pode variar muito com o tempo e as normas do idioma utilizado. Por exemplo, no hebraico e grego antigos não havia caracteres minúsculos como usamos hoje, portanto naqueles idiomas você jamais escreveria "Jesus", mas sempre "JESUS".

Embora quando escrevemos um texto possamos iniciar pronomes possessivos referentes a Deus ou a Jesus com letras maiúsculas, como "Teu", "Tua", "Vosso", "Vossa", em muitas versões tradicionais da Bíblia encontraremos a grafia normal "teu", "tua", "vosso", "vossa", começando com minúsculas. Isto é feito por questões estéticas para evitar poluir o texto e dificultar a leitura, mas nem por isso é menos respeitoso, sendo apenas a convenção adotada pelo editor. Mas mesmo nessas edições Deus, Jesus e Espírito Santo começam com maiúsculas, como é normal fazermos com nomes próprios.

Mas voltando à sua dúvida, se devemos sempre acrescentar "Senhor" antes de "Jesus", um texto que li no primeiro ano de minha conversão causou um impacto tão grande em mim que acabei aceitando tudo o que o autor dizia sem questionar. De um modo geral o texto é excelente, mas a impressão que deixou em mim o último parágrafo é que foi equivocada (não consegui encontrar o original inglês para saber se o último parágrafo existe ou foi uma glosa do tradutor). Ali o autor desconhecido dizia:

"O crente deve honrar o Senhorio de Cristo, reconhecendo-O como Senhor. O mundo religioso Lhe nega esta honra e quase universalmente se refere a Ele como "Jesus", o nome de Sua humanidade. Vemos como Paulo, em suas epístolas, cuidadosamente O trata honradamente como 'O Senhor Jesus Cristo'."

Nem nós percebemos o quanto de costumes religiosos recebemos e incorporamos sem questionar, e isso acaba se transformando em dogmas. Foi o que aconteceu comigo com esta última frase do texto. É inegável que Jesus seja o Senhor, mas o autor está enganado ao dizer que era assim que Paulo sempre se referia a ele em suas cartas.

Fiz uma busca e descobri que das 987 vezes que os autores do Novo Testamento usaram o nome "Jesus", em apenas 119 vezes eles acrescentam "Senhor" antes do nome. Paulo usa o nome "Jesus" 235 vezes em suas epístolas, e apenas em 87 delas diz "Senhor Jesus", fazendo-o quando o contexto assim o exige. No geral Paulo usa a forma que é também a mais usada pelos evangelistas em suas narrativas, que é apenas o nome "Jesus".

Isto de maneira nenhuma significa falta de respeito (acho que o autor do folheto se empolgou e quis acusar o mundo religioso de mais uma falta). Portanto, se você ensinar alguém que no Novo Testamento os apóstolos SEMPRE chamam Jesus de "Senhor Jesus" (eu costumava ensinar assim), agora já sabe que tal coisa não tem fundamento na Palavra, mas é uma mera formalidade religiosa.

Como "O evangelho em 3 minutos" é uma narrativa dirigida principalmente a incrédulos (trata-se do evangelho), optei por utilizar a forma mais usada nos evangelhos pelos evangelistas. Nos evangelhos temos 697 ocorrências do nome "Jesus" e apenas 21 delas aparece como "Senhor Jesus". Os apóstolos, inspirados pelo Espírito Santo, certamente não estavam sendo desrespeitosos ao dizerem frases do tipo "Então veio Jesus da Galiléia ter com João..." ou "E percorria Jesus toda a Galiléia...".

Como fui "ensinado" por aquela lição errada do texto que li, durante anos eu ficava escandalizado quando escutava alguém falar "Jesus" sem o devido "Senhor" antes do nome. O que eu nem imaginava era que os apóstolos também usavam apenas o nome em suas narrativas. Eu nem iria me deter tanto sobre este assunto se não tivesse, eu próprio, experimentado o efeito que isso pode causar em um crente.

Sempre que adotamos alguma coisa que não está na Bíblia como mandamento, acabamos nos sentido superiores a outros que não adotam o mesmo modo de proceder. Eu me sentia assim quando ouvia alguém falar "Jesus" sem "Senhor" antes. A verdade é que eu não era muito diferente do fariseu, que se gabava de ser mais religioso que o pobre publicano no Templo:

Luc 18:11 O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana...

Podia parecer uma grande coisa ele jejuar duas vezes por semana, mas você já foi conferir se em algum lugar da Lei Deus exigia que os judeus jejuassem duas vezes por semana?

Para terminar, se você considerar mais respeitoso dizer "Senhor Jesus" que apenas "Jesus", então faça assim. Mas se achar que isso lhe dá um sentimento de superioridade, algo do tipo "sou o único com o passo certo no desfile do 7 de setembro", então alguma coisa está errada. Sem saber você criou um mandamento que não existe na Palavra de Deus, uma forma de se diferenciar de outros cristãos, o que, parafraseando o apóstolo, pode ter "alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.".



Por Mario Persona.

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